Partindo da problemática central da narrativa romanesca e do incontestável papel precursor e transformador que a cultura francesa desempenhou nesse domínio, a unidade curricular oferece uma visão global e integrada da literatura francesa numa perspetiva simultaneamente temática e diacrónica, procurando conciliar a análise de algumas narrativas emblemáticas dos séculos XII a XVIII com o estudo das transformações histórico-culturais que essas obras refletem, antecipam ou precipitam.
Literatura Francesa (medieval, clássica, iluminista)
Romance arturiano
Conto filosófico
Romance epistolar
• Reconhecer e caracterizar as principais manifestações e transformações da escrita romanesca em França durante os períodos abordados;
• Relacionar os textos estudados com as transformações epistemológicas e culturais que lhes estão subjacentes;
• Aplicar conhecimentos, metodologias e instrumentos adequados à exploração crítica da narrativa e à construção de um comentário de texto.
Horizontes da Narrativa (séculos XII-XVIII)
TEMA I - A emergência do romance (séculos XII-XIII)
1. Do latim ao romance: um novo horizonte linguístico e poético
2. Cavaleiros e amantes: a errância como forma narrativa (estudo do “Conte du Graal” de Chrétien de Troyes)
3. Do verso à prosa: uma narrativa em busca da totalidade
TEMA II – Poéticas do romance e paradigma clássico
1. O estatuto paradoxal do romance (séculos XVI- XVII)
2. Romance e novela clássica: heranças e inovações (estudo de “La Princesse de Clèves” de Madame de Lafayette)
TEMA III – O Século das Luzes e as metamorfoses da narrativa
1. Um novo ideal de escrita?
2. Uma estética da brevidade: contos e diálogos filosóficos (estudo de “Candide” de Voltaire)
3. Distensões e ruturas (“Lettres Portugaises” de Guilleragues e ”Liaisons Dangereuses” de Choderlos de Laclos)
Obras de leitura integral:
CHRETIEN DE TROYES − Le Conte du Graal ou le Roman de Perceval. Ed. bilingue Charles Méla. Paris: Le Livre de Poche, col. «Lettres Gothiques», 1990.
GUILLERAGUES – Lettres Portugaises. Ed. Alain Brunn. Paris: Flammarion, 2009.
LAFAYETTE, Madame de − La Princesse de Clèves. Paris: Folio Classique, 2000.
VOLTAIRE – Candide. Paris: Petits Classiques Larousse, 2011.
Traduções:
CHRÉTIEN de TROYES – O Conto do Graal, Lisboa: Universidade Aberta, 2025. Trad. Ana Sofia Laranjinha.
CHRÉTIEN de TROYES − El cuento del Grial de Chrétien de Troyes. Introducción, tradución y notas de Carlos Alvar. Madrid: Alianza Editorial, 2018.
LAFAYETTE, Madame de − A Princesa de Clèves. Tradução de Pedro Tamen, Lisboa: Dom Quixote, 2013.
VOLTAIRE − Cândido ou o optimismo. Tradução, notas e posfácio de Rui Tavares. Lisboa: Tinta da China, 2012.
Cartas Portuguesas atribuídas a Mariana Alcoforado. Trad. Eugénio de Andrade. Lisboa: Assírio e Alvim, 2023.
Estudos:
RIBEIRO, Cristina Almeida; ABREU, Graça; MADUREIRA, Margarida − Literatura Francesa Clássica, Lisboa: Universidade Aberta, 1990.
RUSS, Jacqueline − A aventura do pensamento europeu. Uma história das ideias ocidentais, Lisboa: Terramar, 1997, col. Europa.
TATIN-GOURIER, J.-J. − Lire les Lumières, Paris: Armand Colin, col. Lettres Supérieur, 2005.
ZINK, Michel − Littérature Française du Moyen-Age. Paris: PUF, 2004.
Outros recursos e ferramentas de análise literária serão fornecidos ao longo do semestre.
E-learning
O regime de avaliação preferencial é o de avaliação contínua, constituída pela realização de 2 e-folios (trabalhos escritos em formato digital), ao longo do semestre letivo, e de um momento final de avaliação e-fólio Global (e-fólioG), a ter lugar no final do semestre, com peso de, respetivamente, 40% e 60% na classificação final. Os estudantes podem, no entanto, em devido tempo, optar um único momento de avaliação, realizando, então uma prova de Avaliação Final (exame) com o peso de 100%.
É necessário ter acesso regular a um computador com ligação de banda larga à Internet.