Atelier Metodológico em Estudos Medievais / Medieval Methodologies Workshop
Código: 33018
Departamento: DCSG
ECTS: 12
Área científica: Estudos Medievais
Total de horas trabalho: 312
Total de horas de contacto: 40

Este seminário pretende despertar os estudantes para a complexidade e necessária interdisciplinaridade de todos os campos de investigação dos Estudos Medievais. O programa proposto prevê a promoção, em contexto de seminário e de forma colaborativa, do debate sobre teoria e modelos metodológicos. A aplicação prática de técnicas e metodologias visa confrontar os doutorandos com a frequente inadequação de um quadro metodológico demasiado estreito e com a necessidade de adequar o contributo de cada uma delas (técnicas e metodologias) à investigação a realizar, permitindo ao estudante aprofundar os domínios metodológicos que melhor se adequam à sua investigação de base e compreender a efetiva necessidade de combinar metodologias e técnicas de crítica e sistematização de dados, no campo específico de pesquisa escolhido.

Metodologias
Fontes
Hermenêutica

  • Capacidade de analisar criticamente os textos e as fontes;
  • Domínio das técnicas formais na construção de um processo de investigação;
  • Capacidade de avaliar da importância das questões levantadas pelos documentos;  
  • Capacidade de equacionar as abordagens metodológicas com os temas e as cronologias em estudo;
  • Domínio das ferramentas concetuais e metodológicas necessárias à elaboração de um trabalho de investigação sólido e consequente.

Tema 2 - Literatura: O discurso das relíquias (o caso de São Vicente)

  1. A inventio das relíquias
  2. A translatio das relíquias
  3. Culto e milagres: ficções legitimadoras

Tema 3 - Relicários: o papel destes objetos artísticos como potenciadores da atração pelas relíquias e definição de liturgias

  1. Relíquias e relicários na Idade Média: um importante tema da História da Arte;
  2. Diversas tipologias de relicários;
  3. Os espaços da colocação dos relicários e o aproveitamento destes objetos da parte de religiosos e de leigos.

Tema 4 - A arqueologia dos espaços de legitimação das primeiras igrejas: relíquias e martyria

  1. A arqueologia e o estudo das relíquias
  2. O espaço funerário dos santos na legitimação das primeiras igrejas
  3. Objetos e espaços como relíquias

A Bibliografia é fornecida ao longo do Atelier. Entre os títulos mais importantes e representativos, incluem-se: ALAPONT MARTIN, Llorenç; RIBERA I LACOMBA, Albert – “Cementerios tardoantiguos de Valencia: arqueología y antropologia”. Anales de Arqueología Cordobesa 17/2 (2006), pp. 161-194. ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de – “Relicários”. In História da Arte em Portugal. O Românico. Lisboa: Presença, 2001, pp. 179-181. BARROCA, Mário Jorge – “46. Arca-Relicário dos Santos Mártires de Marrocos”. In Nos Confins da Idade Média: Arte Portuguesa, séculos XII-XV. Catálogo da Exposição. Lisboa: Presidência do Conselho de Ministros, Secretaria de Estado da Cultura, Instituto Português de Museus, 1993, pp. 133-134. BOULNOIS, Olivier – Au-delà de l’image. Une archéologie du visuel au Moyen Âge. Paris: Seuil, 2008. CABALLERO ZOREDA, Luis; MATEOS CRUZ, Pedro – “Excavaciones arqueologicas en la basílica de Santa Eulalia de Mérida”. In IV Reunió d’Arqueología Cristina Hispánica. Barcelona : Institut d’Estudis Catalans – Universitat de Barcelona, 1995, pp. 297-307. CAETANO, Joaquim Oliveira – “Túmulo de S. Martinho de Dume”. In Obras-Primas da Arte Portuguesa. Escultura. Lisboa: Athena, 2011, pp. 18-19. DIAS, Isabel Rosa – Culto e memória de São Vicente em Portugal (da Idade Média ao século XVI). Faro: Universidade do Algarve, 2003. DIDI-HUBERMAN, Georges – L’Image ouverte. Motifs de l’incarnation dans les arts visuels. Paris: Gallimard, 2007. FONTES, Luís Fernando Oliveira – A Basílica Sueva de Dume e o túmulo dito de São Martinho. Braga: Núcleo de Arqueologia da Universidade do Minho, 2006. PAZOS, Antón M. (ed.) – Relics, Shrines and Pilgrimages. Sanctity in Europe from Late Antiquity. London – New York: Routledge, 2020. RECIO VEGANZONES, Alejandro – “La mártir Eulalia en la devoción popular: Prudencio primer promotor de su culto, peregrinaciones, expansión de sus reliquias e iconografía (ss. IV-VII)”. In IV Reunió d’Arqueología Cristina Hispánica. Barcelona : Institut d’Estudis Catalans – Universitat de Barcelona, 1995, pp. 317-336. RIBERA I LACOMBA, Albert – “San Vicent i l’arqueología de València”. In San Vicente Mártir: servidor y testigo. En el XVII Centenario de su martirio. Actas del XII Simposio de Teología Histórica (Valencia 2004).València: Facultat de Teología Sant Vicenç Ferrer, 2005, pp. 45-69. VAUCHEZ, André – A espiritualidade da Idade Média Ocidental, séc. VIII-XIII. Lisboa: Ed. Estampa, 1995. WARD, Benedicta – Miracles and the Medieval Mind: Theory, Record, and Event, 1000-1215. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1987. WEBB, Diana – Medieval European Pilgrimage, c. 700-c. 1500. Hampshire - New York: Palgrave, 2002.

Esta unidade curricular é lecionada em regime de ensino a distância através da modalidade online, em ambiente de classe virtual, com recurso à plataforma de e-learning em uso na Universidade Aberta. O termo “classe virtual” aplica-se a espaços organizados onde decorrem interações múltiplas entre docente-estudante, estudante-docente e estudante-estudante,criando-se comunidades de partilha de conhecimento e de experiências, onde os estudantes são incentivados, através dos vários problemas colocados, a realizarem aprendizagens significativas.

A metodologia de trabalho contempla, essencialmente, a leitura de textos disponibilizados e de bibliografia indicada, as pesquisas online feitas pelos doutorandos e a realização de atividades articuladas com cada um dos temas do programa. Espera-se que haja um trabalho e uma participação regular nas atividades propostas, criando-se um ambiente vivo e interativo de aprendizagem.

A avaliação será realizada de acordo com o Modelo Pedagógico da UAb para o 3º ciclo. Assim, a parte das atividades desenvolvidas pelo estudante corresponde a 60% da classificação e o trabalho final vale 40%, dentro de uma lógica de avaliação contínua.
As atividades serão avaliadas, individualmente, numa escala de 0-20, sendo a nota final obtida da divisão por 4. O trabalho final também será avaliado na escala de 0-20.