Neste seminário, ter-se-á por base a inter-relação entre as grandes tendências teórico-metodológicas no domínio do estudo pragmático da construção do sentido que confluem na Pragmática das Interações Conversacionais (Kerbrat-Orecchioni, 1986: 16) ou Pragmática das Sequências Discursivas (Fonseca, 1992; 1994). A perspetiva aberta por este seminário permitirá verificar como se estabelece entre locutor e alocutário um jogo de recíproca influência (interação), a intermutabilidade sequencial de papéis discursivos e interacionais (interlocução) e uma dimensão causativa do discursivo (alocução). Esta perspetiva integrada tem em conta aspetos da Pragmática Enunciativa e da Teoria da Enunciação; a Pragmática Ilocutória e a teoria dos atos de discurso de Austin e de Searle em articulação com o estudo do dizer intencional de Grice; a Análise Conversacional que congrega o estudo das sequências discursivas e do sistema de dar a vez de elocução em interação e a Análise Interacional.
Interação verbal
Atos ilocutórios e contextos de uso
Estratégias discursivas
Sequências Interativas e interlocutivas
Pretende-se que, no final deste seminário, o estudante tenha adquirido as seguintes competências:
capacidades de (i) dominar as articulações entre Léxico, Sintaxe, Semântica e Pragmática; (ii) estabelecer a relação entre as estratégias discursivas e o contexto de uso; (iii) proceder à análise das sequências discursivas e dos valores ilocutórios nelas configurados (iv) caracterizar os fundamentos subjacentes à interação comunicativa; (v) compreender os processos de coprodução do sentido.
O programa deste seminário diz respeito às temáticas relativas (i) ao paradigma da comunicação-interação; (ii) à compreensão da Competência de Comunicação; (iii) à distinção entre Significado/ sentido; (iv) ao estudo da dimensão acional da linguagem – a teoria do ilocutório e as componentes discursivas dos atos verbais; o juridismo ilocutório e as sequências discursivas; (v) à organização e ao funcionamento discursivo dos atos ilocutórios em interações verbais do quotidiano; (vi) ao domínio do implícito; (vii) aos atos indiretos; (viii) aos princípios conversacionais de Grice (1975) e ao cálculo interpretativo; (ix) às convenções do uso (Morgan, 1978); (x) ao universo de saberes compartilhado: “intencionalidade partilhada” (Searle, 1979); “competência enciclopédica” (Kerbrat-Orecchioni, 1980); (xi) ao estudo da figuração na produção de atos ilocutórios mais ameaçadores das faces do alocutário; (xii) ao “turn-taking system” (Sacks et al., 1977) e (xiii) aos critérios para delimitar uma interação conversacional (Kerbrat-Orecchioni, 1990).
É obrigatório o recurso a um computador com ligação de banda larga à Internet.