Este seminário tem como objeto de estudo as políticas linguísticas dos nove países da CPLP, que têm o português como língua oficial ou cooficial, organizadas em três tópicos. O primeiro é constituído pela caracterização da realidade sociolinguística de cada um dos nove espaços e da sua inserção no contexto geográfico, linguístico e político regional: África Austral, África Ocidental, América do Sul, Europa e Sudeste Asiático. O segundo trata das políticas de gestão de práticas linguísticas no interior dos nove espaços da CPLP, das políticas que regulam o uso de línguas nas respetivas administrações públicas e nos sucessivos níveis dos sistemas educativos. Por fim, o último tópico analisa as políticas de promoção da língua portuguesa em países terceiros de todo o mundo, tanto as políticas bilaterais implementadas por cada país da CPLP como as políticas multilaterais do conjunto desses países, nomeadamente da iniciativa do Instituto Internacional de Língua Portuguesa.
CPLP; língua portuguesa; multilinguismo; política de língua; política de jure e de facto; educação linguística; atitudes linguísticas.
No fim do seminário, os/as estudantes deverão ser capazes de:
- Integrar a análise da realidade sociolinguística de cada espaço da CPLP no seu contexto geográfico, político e linguístico regional;
- Discutir e descrever políticas, de âmbito nacional e internacional, de gestão da diversidade linguística na CPLP e de promoção da língua portuguesa no mundo;
- Investigar e refletir de forma autónoma;
- Comunicar com correção, clareza e rigor os resultados da sua investigação e/ou reflexão.
1. Dimensão geopolítica dos espaços da CPLP.
África Austral: Angola e Moçambique.
África Ocidental: Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
América do Sul: Brasil.
Europa: Portugal.
Sudeste Asiático: Timor-Leste.
2. Políticas de âmbito nacional.
Português L1 maioritária: Brasil e Portugal.
Português L2 maioritária: Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Língua autóctone maioritária: Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau e Timor-Leste.
3. Políticas de âmbito internacional.
Unilaterais: Brasil e Portugal.
Multilaterais: Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, Instituto Internacional da Língua Portuguesa e Planos de Ação de Brasília, Lisboa, Praia e Díli.
Filipe, Mário (2006). Promoção da Língua Portuguesa no Mundo: Hipótese de Modelo Estratégico. Lisboa: Universidade Aberta.
Moita-Lopes, Luiz Paulo (ed.) (2015). Global Portuguese, Linguistic Ideologies in Late Modernity. New York: Routledge.
Oliveira, Gilvan Müller (2016). O Sistema de Normas e a evolução demolinguística da Língua Portuguesa. In Ortiz, Maria Luisa Álvarez & Gonçalves, Luis (orgs.) O Mundo do Português e o Português no Mundo afora: especificidades, implicações e ações (pp. 25-43). Campinas: Pontes.
Pinto, Paulo Feytor (2008). Política de língua na democracia portuguesa (1974-2004). Lisboa: Universidade Aberta.
Pinto, Paulo Feytor & Melo-Pfeiffer, Sílvia (coord.) (2018). Políticas Linguísticas em Português. Lisboa: Lidel.
Reto, Luís, Crespo, Nuno, Espanha, Rita, Esperança, João & Valentim, Fábio (2020). O Essencial Sobre a Língua Portuguesa como Ativo Global. Lisboa: INCM.
Reto, Luís, Machado, Fernando & Esperança, João (2016). Novo Atlas da Língua Portuguesa. Lisboa: INCM.
E-learning
A avaliação inclui a realização de trabalhos e a participação regular e pertinente nos diversos fóruns ao longo do semestre.