Etnografias
Código: 41101
Departamento: DCSG
ECTS: 6
Área científica: Antropologia
Total de horas trabalho: 156
Total de horas de contacto: 15

A unidade curricular, cuja designação reflete os vocábulos gregos éthnos, «povo» e gráphein, «d/escrever», o que significa o processo de escrita e o objecto/ conhecimento que surge da mesma, apresenta a etnografia simultaneamente como um produto e um processo. Enquanto produto a etnografia corresponde aos textos elaborados pelos antropólogos/as como resultado da sua investigação de terreno. Por seu turno, enquanto processo, a etnografia corresponde ao método associado à fase de trabalho de campo e observação participante, ao contacto e relação do antropólogo/a com os seus sujeitos de estudo e colaboradores no terreno. Esta unidade curricular pretende apresentar e analisar através de uma perspetiva simultaneamente teórica e aplicada, obras etnográficas essenciais no desenvolvimento da antropologia, em geral, mas dando igualmente destaque à antropologia portuguesa. Para o efeito serão selecionadas algumas das etnografias mais ilustrativas, tendo por referência a abrangência espacial e sociocultural da prática antropológica.

Etnografia
Reflexibilidade
Observação participante
Sociedade contemporânea

No final desta unidade curricular o/a estudante deverá ser capaz de:

• Compreender a especificidade do método e escrita etnográfica.

• Reconhecer obras etnográficas e autores fundamentais no domínio antropológico.

• Aplicar a perspectiva etnográfica ao trabalho em ciências sociais.

• Desenvolver capacidade de reflexão crítica relativamente a temas de relevância científica e de cidadania.

1.Etnografia e os/as antropólogos/as

1.1 O método, a escrita e a reflexibilidade

1.2 Os/as antropólogos/as: testemunhos do terreno

2. Percursos: das etnografias clássicas às abordagens contemporâneas

2.1 O contexto e conceção de um terreno: do colonialismo ao transnacionalismo

2.2 Críticas e novos cenários: o local e a voz em etnografia

2.3 (Re)descobrir objetos e terrenos: arquivos, corpos e ciberespaço

3.As etnografias portuguesas: encruzilhadas coloniais e terrenos contemporâneos

3.1 Etnografias, usos e costumes, em Portugal e nas colónias

3.2 Etnografias contemporâneas

 

Os conteúdos programáticos propostos estão em coerência com os objetivos definidos tendo em conta que são propostos domínios exploratórios para a compreensão da prática etnográfica, os seus pressupostos, nomeadamente a papel do antropólogo/a na produção de textos etnográficos, a sua interação com as pessoas em estudo e a voz destas nos textos resultantes desta colaboração.

 

É feita uma abordagem exploratória de textos clássicos que permita reconhecer obras etnográficas e testemunhos de autores fundacionais e a releitura dos mesmos com base no desenvolvimento da produção etnográfica, multi-situada, relacionando contextos locais e globais. Será dada uma dimensão

histórica à forma como se constitui a antropologia em Portugal na relação entre a produção de um saber sobre o outro, local e em contexto colonial.

Pretende-se por este meio desenvolver a compreensão do/a estudante na especificidade do método e escrita etnográfica de forma a poderem aplicar a perspetiva etnográfica ao trabalho em ciências sociais e desenvolver a capacidade de reflexão crítica relativamente aos temas, ultrapassando as perceções de senso comum sobre a exoticidade de certos escritos, e a sua inscrição contemporânea na reflexão e produção antropológica.

 

 

 

Sousa, Lúcio. 2021. Textos e escritos: Etnografias. Universidade Aberta. Tema 1, Tema 2 e Tema 3 [compilação em pdf de textos próprios e de autores, disponibilizado no tópico "Fóruns & Recursos" no início de cada tema].

 

R. Roque; L. Sousa (2020). As pedras de Afaloicai: a arqueologia colonial e a autoridade de objetos ancestrais em Timor-Leste, Revista Memória em Rede, 12 (23), Jan/Jun.2020, pp. 49-86.

 

Consulta:

 

J. Clifford & George Marcus (1991). Retóricas de la Antropología. Júcar Universidad.

 

F. Ferrándiz (2012). Etnografías contemporáneas. Anclajes, métodos y claves para el futuro. Anthropos - Universidad Autónoma. Metropolitana-Iztapalapa.

 

B. O`Neill (2006). Antropologia Social – Sociedades complexas. Universidade Aberta.

 

F. Ramos (2002). Etnografia Geral Portuguesa. Universidade Aberta.

 

 

NB: na sala de aula virtual será facultada bibliografia específica para cada tema e/ou atividade.

 

Conforme o modelo pedagógico da UAb a metodologia de ensino a distância realiza-se na modalidade de E-learning, articulando trabalho individual com propostas formativas de carater colaborativo que envolvem os estudantes na construção do seu processo de aprendizagem.

 

 

O regime de avaliação preferencial é o de avaliação contínua, constituída pela realização de 2 e-folios (trabalhos escritos em formato digital), ao longo do semestre lectivo, e de um momento final de avaliação presencial (e-fólio global), a ter lugar no final do semestre, com peso de, respetivamente, 40% e 60% na classificação final. Os estudantes podem, no entanto, optar por um único momento presencial de avaliação, realizando, então uma prova de Avaliação Final (exame) com o peso de 100%.

 

 

A metodologia de ensino procura articular o estudo individual e o trabalho colaborativo no contexto do regime assíncrono da lecionação, permitindo que os estudantes trabalhem os conteúdos propostos, efetuando leituras, visionamento de recursos audiovisuais, pesquisas dirigidas e reflexões individuais, fomentado uma autonomização e capacitação crescente do estudante neste processo e nos conteúdos, para que possa participar de forma ativa no processo de aprendizagem, envolvendo-se nos espaços disponíveis onde desenvolve o trabalho colaborativo com os colegas e com o docente. A realização, opcional, das tarefas formativas propostas visa desenvolver estas competências, preparando ao mesmo tempo o estudante para os momentos formais de avaliação, continua ou final.

O regime de avaliação preferencial é o de avaliação contínua, constituída pela realização de 2 e-folios (trabalhos escritos em formato digital), ao longo do semestre letivo, e de um momento final de avaliação e-fólio Global (e-fólioG), a ter lugar no final do semestre, com peso de, respetivamente, 40% e 60% na classificação final. Os estudantes podem, no entanto, em devido tempo, optar um único momento de avaliação, realizando, então uma prova de Avaliação Final (exame) com o peso de 100%.