Código: 42099
Departamento: DCSG
ECTS: 9
Área científica: Ciências Sociais
Total de horas trabalho: 234
Total de horas de contacto: 36

O seminário está organizado em 4 módulos, 4 eixos temáticos, em que iremos analisar o modo como um determinado tipo de paradigma técnico-científico que marcou a modernidade foi questionado, em particular, pelas teorias críticas feministas e nelas especificamente pelo conceito analítico de género.

Pretende-se compreender a categoria de análise “género” na intersecção com outras categorias, como as de "raça"/etnicidade e classe, entre outras, de modo a oferecer instrumentos teórico-analíticos que permitam uma abordagem interseccional crítica do mundo e uma compreensão da diversidade epistemológica da construção de saberes.

Abordam-se as críticas ao “universalismo” de alguma teoria feminista, que permitam o reconhecimento das diferenças e a abertura para um pensamento “fora do centro” (na designação de Ella Shohat), com vista à construção de um percurso de “descolonização do conhecimento”, a partir de um diálogo plural e polifónico que convoca diversas abordagens teóricas.

Em articulação com os vários eixos temáticos, pretende-se que este percurso possa contribuir para uma melhor fundamentação da compreensão do mundo contemporâneo, estimulando o pensamento crítico e uma cidadania ativa.

 

 

Género

Interseccionalidade

Feminismos

 

Espera-se que cada mestranda/o desenvolva as seguintes competências:

• Compreensão da evolução da construção de conceitos e do conhecimento científico e o questionamento que nele foi provocado pelo conceito analítico de género;

• Reflexão sobre a articulação / interseccionalidade de conceitos como género, etnicidade e classe, entre outros;

• Desenvolvimento de um raciocínio crítico relativo à matéria em lecionação;

• Capacidade de construir um texto argumentativo e reflexivo na área das Ciências Sociais;

• Capacidade de articular os conceitos adquiridos, considerando diversos contextos sociais, culturais e políticos de intervenção.

 

 

1. Questões epistemológicas: teorias críticas contemporâneas; teorias feministas.
2. Questões epistemológicas: a construção de diferenças e de desigualdades.
3. Questões epistemológicas:conhecimentos "fora do centro".
4. Questões epistemológicas: (re)pensando percursos.


 

Amâncio, Lígia (2003). O género no discurso das ciências sociais, Análise Social vol. XXXVIII (168): 687-714.

 

Crenshaw, Kimberlé (2002). Documento para o encontro de especialistas em aspetos da discriminação racial relativos ao género. Estudos Feministas, 10(1), 171-192

 

Cruz, Maria Helena Santana (2014). A Crítica Feminista à Ciência e Contribuição à Pesquisa nas Ciências Humanas. Revista Tempos e Espaços em Educação, 7(12), 15-28.

 

Joaquim, Teresa (2020) Polifonia de vozes ou os feminismos como possibilidade de um mundo comum: elas estão (ou não estão) lá?, In Falar de mulheres. Dez anos depois, Lisboa: Humus: 25-38.

 

Ribeiro, Djamila (2019). Lugar de fala. São Paulo: Sueli Carneiro/Editora Jandaíra.

 

Maluf, Sônia Weidner; Costa, Claudia de Lima (2001). Feminismo fora do centro. Entrevista com Ella Shohat. Revista Estudos Feministas, 9(01), 147-163.

 

Martins, Catarina (2024). Mulheres, raça e etnicidades. Introdução aos feminismos decoloniais. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.

 

Oliveira, João Manuel (2010). Os feminismos habitam espaços hifenizados: a localização e interseccionalidade dos saberes feministas. Ex aequo, 22, 25-39.

 

Santos, Boaventura de Sousa; Meneses, Maria Paula G.; Nunes, João Arriscado Nunes (2004). Introdução: para ampliar o cânone da ciência: a diversidade epistemológica do mundo. In Santos, B.S. (org.) Semear outras soluções: os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais. Porto: Afrontamento, 19-101.

 

Spivak, Gayatri Chakravorty (2014). Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG.

 

Nota: Bibliografia complementar será apresentada ao longo do semestre na página Web da Plataforma Moodle.

 


 

A avaliação tem caráter individual e implica a coexistência de duas modalidades: avaliação contínua (60%) e avaliação final (40%). Essa avaliação será desenvolvida na aplicação de formas diversificadas, definidas no Contrato de Aprendizagem da unidade curricular.

A frequência desta unidade curricular exige conhecimentos da língua inglesa, capazes de permitir a leitura e interpretação de textos.