A antropologia não é uma ciência das sociedades longínquas e exóticas, nem das pequenas comunidades ou das sociedades simples e fechadas. Interessa-se pelo Ser Humano (άνθρωπος - anthropos) como objeto de estudo (λόγος, logos), conhecimento, discurso. A disciplina institucionaliza-se como ciência no século XIX e acompanhou a expansão colonial, industrial, científica e tecnológica europeia, focalizando-se nas sociedades ditas “primitivas” ou “longínquas”, para, como numa situação de laboratório, compreender a organização “complexa” da sua própria sociedade. Após a descolonização, a Antropologia regressa aos países de onde partira mas permanece também nesses terrenos antropológicos afirmando, num e noutro lado, as relações e comparações entre as sociedades, e a sua pertinência e contemporaneidade. Nesta unidade curricular abordaremos de forma introdutória os conceitos fundamentais da Antropologia Social e Cultural, os seus contextos, a sua dimensão integrativa e alguns dos seus domínios de estudo. Centrar-nos-emos numa antropologia para a nossa época, antropologia nas sociedades contemporâneas sem deixarmos de explorar a sua dimensão histórica e os seus instrumentos metodológicos.
Antropologia contemporânea
Teorias antropológicas
Antropologia aplicada
Campos de estudo da antropologia
Os objetivos específicos desta UC centram-se no desenvolvimento das seguintes
competências:
A - definir os principais conceitos da disciplina, como cultura, sociedade, etnografia,
sociedades simples e complexas, dádiva, sobreaquecimento;
B - problematizar o conceito cultura a partir da lente da antropologia e identificar
protagonistas da modernização da antropologia e representantes de diferentes
correntes e abordagens antropológicas e seu legado na antropologia portuguesa;
C – elencar, descrever e explorar as principais técnicas usadas pela antropologia,
como trabalho de campo, observação participante, entrevistas semiestruturadas e
etnográficas;
D - compreender a importância das subáreas da disciplina como a antropologia
urbana, política, aplicada, económica;
E - analisar de forma crítica e reflexiva, a partir da leitura aprofundada dos textos
disponibilizados e da visualização dos videocasts e vídeos online, diversos contextos
de estudo da antropologia de forma integrada com os problemas sociais
contemporâneos das sociedades complexas, tendo em conta as estratégias para lidar
com as questões éticas com que a antropologia se depara.
Tema 1 – O campo e o método da Antropologia: Partindo desta questão - Como a
origem da disciplina se cruza com o desenvolvimento do conceito cultura? -
convidar-se-ão os estudantes a ter contacto com alguns debates teóricos em torno
da noção cultura no seio da disciplina, com a introdução da modernidade da
antropologia em Portugal e com a metodologia etnográfica.
Tema 2 – Antropologia e desafios contemporâneos: Subáreas importantes da
Antropologia, como a Antropologia Urbana e Antropologia Política servirão para
refletir sobre o modo como ela estuda na contemporaneidade os desafios urbanos e
políticos, tendo em conta, entre outros os contextos português e brasileiro.
Tema 3 – Antropologia Aplicada e Antropologia Económica: Será problematizada a
aplicação da antropologia em diferentes contextos geográficos, no passado e no
presente e seus principais desafios. A Antropologia Económica tem estimulado
debate e controvérsias, desde a discussão em torno da teoria da “dádiva” de
Mauss ao “sobreaquecimento” de Eriksen.
Os recursos da UC são abordados, procurando uma aquisição progressiva de
conhecimento, aptidões e competências, onde cada tema contará com videocasts,
vídeos online e textos, como recursos didáticos. Cada um dos objetivos é desenvolvido
de forma progressiva, mas não de forma exclusiva, em cada Tema. As seguintes
competências deverão ser desenvolvidas em cada tema são as seguintes:
Tema 1: (A; B; C)
Tema 2: (A; C; D)
Tema 3: (A; D; E)
O acompanhamento desta aprendizagem será efetuado a partir de atividades
formativas que os estudantes realizarão de forma autónoma, contando com o apoio e
feedback dos professores e tutores.
Cachado, R. (2020). Etnografia urbana, um campo de conhecimento interdisciplinar?
Revista Diálogos Possíveis, 19(1), 124–137.
Cordeiro, G. Í. (2003). A antropologia urbana entre a tradição e a prática. In G. Í.
Cordeiro, L. V. Baptista, & A. F. da Costa (Orgs.), Etnografias urbanas (pp. 3–32).
Celta.
Eriksen, T. H. (2016). Sobreaquecimento: pequenos lugares e grandes questões na
antropologia do século XXI. Etnográfica, 20(1), 197–208.
Grunvald, V., & Reis, F. (2021). Antropologia pública, engajada e/ou aplicada: dilemas
de atuação social para além da universidade. Iluminuras, 22(57), 5–18.
Jaeger, M., & Pasquini, M. (2025). A antropologia aplicada na Europa: uma visão geral
com uma perspectiva. Iluminuras, 26(71), 107–125.
Mintz, S. W. (2010). Cultura: Uma visão antropológica. Tempo, 14(28), 225–239.
Montoya Uriarte, U. (2012). O que é fazer etnografia para os antropólogos. Ponto
Urbe, 11, 1–12.
Informação a ter em conta: Toda a bibliografia (obrigatória e complementar) e recursos audiovisuais estarão disponíveis na sala de aula virtual da plataforma Moodle e indicados na PUC.
A aquisição de conhecimentos, competências, e o desenvolvimento de capacidade
análise crítica e reflexiva com vista à construção de soluções criativas para a
resolução de problemas complexos exigem uma compreensão da sociedade e dos
processos de mudança apoiada pela antropologia e os seus métodos.
O método de ensino aprendizagem centra-se no modelo pedagógico virtual da UAB
que incentiva e permite aos estudantes progredirem no seu estudo de forma
autónoma, responsável e de acordo com a gestão da vida pessoal recebendo
respostas a dúvidas e feedbacks do trabalho realizado ao longo do semestre. Apesar
do modelo ser assíncrono irá haver um ou mais momentos de contato síncrono com
os alunos para esclarecimento de dúvidas.
A metodologia de ensino específica desta unidade curricular parte da utilização de
recursos textuais e audiovisuais numa relação dialógica com a realidade dos
estudantes, promovida através dos fóruns mediados de acordo com o modelo
pedagógico virtual da Universidade Aberta.
A proposta de articulação da teoria e da prática antropológica, aplicada aos diversos
campos de estudo da antropologia, prevê que os estudantes consigam analisar
criticamente a sua realidade e o seu entorno social de forma fundamentada e
integrada com os conceitos debatidos na unidade curricular.
Na plataforma moodle serão disponibilizadas para além dos textos de leitura
obrigatória, e-atividades teóricas em formato vídeocast que irão sistematizar alguns
dos principais conceitos e questões abordadas nos textos. Haverá e-atividades
práticas que na UAB temos designado atividades formativas que constam de
exercícios feitos individualmente ou em grupo e que possibilitarão aos alunos
identificar dúvidas e dificuldades sobre cada tema antes dos momentos de avaliação.
As mensagens diretas com os professores, nos fóruns, ou por mail serão formas de
contato privilegiadas e procurar-se-á testar outras formas de dar feedback geral aos
alunos.
O regime de avaliação preferencial é o de avaliação contínua, constituída pela
realização de 2 e-folios (testes em formato digital com perguntas de escolha múltipla
e de desenvolvimento), ao longo do semestre letivo, e de um momento final de
avaliação e-fólio Global, a ter lugar no final do semestre, com peso de, respetivamente,
40% e 60% na classificação final. Os estudantes podem, no entanto, em devido tempo,
optar um único momento de avaliação, realizando, então uma prova de Avaliação Final
(exame) com o peso de 100%.
Os estudantes para obterem uma avaliação muito boa ou excelente deverão
demonstrar que acompanharam as leituras recomendadas ao longo do semestre e
que o fizeram de forma aprofundada, permitindo desenvolver uma reflexão crítica e
autónoma. A avaliação satisfatória corresponderá ao resultado dos instrumentos de
avaliação com menor desenvolvimento, com menor reflexão crítica e autónoma e que
não revelaram o domínio dos recursos partilhados e a não satisfatória corresponderá
ao não cumprimento e domínio satisfatórios dos objetivos e das competências
definidas.
A bibliografia fundamental deverá ser lida de forma aprofundada e as e-atividades
como os vídeocasts gravados e disponibilizados online e os outros recursos
audiovisuais disponíveis online deverão ser visualizados e analisados na preparação
para as atividades letivas, os e-fólios e os exames. As atividades formativas, que
constituem e-atividades práticas como os quizzes e respostas a perguntas de
desenvolvimento de forma colaborativa ajudarão na preparação para os instrumentos
de avaliação e a participação nos fóruns será incentivada ao longo do semestre,
procurando orientar os estudantes no processo de aprendizagem e responder a
dúvidas e ajudá-los a desenvolver as competências que se pretendem desenvolver
nesta UC.
Os estudantes em avaliação contínua terão a oportunidade num dos e-fólios de
contatar e experimentar uma das técnicas usadas pela antropologia, cruzando esse
exercício com a bibliografia obrigatória, permitindo aos estudantes em avaliação
contínua um contacto exploratório com o método etnográfico.
O regime de avaliação preferencial é o de avaliação contínua, constituída pela realização de 2 e-folios (trabalhos escritos em formato digital), ao longo do semestre letivo, e de um momento final de avaliação e-fólio Global (e-fólioG), a ter lugar no final do semestre, com peso de, respetivamente, 40% e 60% na classificação final. Os estudantes podem, no entanto, em devido tempo, optar um único momento de avaliação, realizando, então uma prova de Avaliação Final (exame) com o peso de 100%.