Antropologia Geral
Código: 41098
Departamento: DCSG
ECTS: 6
Área científica: Antropologia
Total de horas trabalho: 156
Total de horas de contacto: 15

A antropologia não é uma ciência das sociedades longínquas e exóticas, nem das pequenas comunidades ou das sociedades simples e fechadas. Interessa-se pelo Ser Humano (άνθρωπος - anthropos) como objeto de estudo (λόγος, logos), conhecimento, discurso. A disciplina institucionaliza-se como ciência no século XIX e acompanhou a expansão colonial, industrial, científica e tecnológica europeia, focalizando-se nas sociedades ditas “primitivas” ou “longínquas”, para, como numa situação de laboratório, compreender a organização “complexa” da sua própria sociedade. Após a descolonização, a Antropologia regressa aos países de onde partira mas permanece também nesses terrenos antropológicos afirmando, num e noutro lado, as relações e comparações entre as sociedades, e a sua pertinência e contemporaneidade. Nesta unidade curricular abordaremos de forma introdutória os conceitos fundamentais da Antropologia Social e Cultural, os seus contextos, a sua dimensão integrativa e alguns dos seus domínios de estudo. Centrar-nos-emos numa antropologia para a nossa época, antropologia nas sociedades contemporâneas sem deixarmos de explorar a sua dimensão histórica e os seus instrumentos metodológicos.

Antropologia contemporânea
Teorias antropológicas
Antropologia aplicada
Campos de estudo da antropologia

Os objetivos específicos desta UC centram-se no desenvolvimento das seguintes

competências:

A - definir os principais conceitos da disciplina, como cultura, sociedade, etnografia,

sociedades simples e complexas, dádiva, sobreaquecimento;

B - problematizar o conceito cultura a partir da lente da antropologia e identificar

protagonistas da modernização da antropologia e representantes de diferentes

correntes e abordagens antropológicas e seu legado na antropologia portuguesa;

C – elencar, descrever e explorar as principais técnicas usadas pela antropologia,

como trabalho de campo, observação participante, entrevistas semiestruturadas e

etnográficas;

D - compreender a importância das subáreas da disciplina como a antropologia

urbana, política, aplicada, económica;

E - analisar de forma crítica e reflexiva, a partir da leitura aprofundada dos textos

disponibilizados e da visualização dos videocasts e vídeos online, diversos contextos

de estudo da antropologia de forma integrada com os problemas sociais

contemporâneos das sociedades complexas, tendo em conta as estratégias para lidar

com as questões éticas com que a antropologia se depara.

Tema 1 – O campo e o método da Antropologia: Partindo desta questão - Como a

origem da disciplina se cruza com o desenvolvimento do conceito cultura? -

convidar-se-ão os estudantes a ter contacto com alguns debates teóricos em torno

da noção cultura no seio da disciplina, com a introdução da modernidade da

antropologia em Portugal e com a metodologia etnográfica.

 

Tema 2 – Antropologia e desafios contemporâneos: Subáreas importantes da

Antropologia, como a Antropologia Urbana e Antropologia Política servirão para

refletir sobre o modo como ela estuda na contemporaneidade os desafios urbanos e

políticos, tendo em conta, entre outros os contextos português e brasileiro.

 

Tema 3 – Antropologia Aplicada e Antropologia Económica: Será problematizada a

aplicação da antropologia em diferentes contextos geográficos, no passado e no

presente e seus principais desafios. A Antropologia Económica tem estimulado

debate e controvérsias, desde a discussão em torno da teoria da “dádiva” de

Mauss ao “sobreaquecimento” de Eriksen.

Os recursos da UC são abordados, procurando uma aquisição progressiva de

conhecimento, aptidões e competências, onde cada tema contará com videocasts,

vídeos online e textos, como recursos didáticos. Cada um dos objetivos é desenvolvido

de forma progressiva, mas não de forma exclusiva, em cada Tema. As seguintes

competências deverão ser desenvolvidas em cada tema são as seguintes:

 

Tema 1: (A; B; C)

Tema 2: (A; C; D)

Tema 3: (A; D; E)

O acompanhamento desta aprendizagem será efetuado a partir de atividades

formativas que os estudantes realizarão de forma autónoma, contando com o apoio e

feedback dos professores e tutores.

 

 Cachado, R. (2020). Etnografia urbana, um campo de conhecimento interdisciplinar?

Revista Diálogos Possíveis, 19(1), 124–137.

Cordeiro, G. Í. (2003). A antropologia urbana entre a tradição e a prática. In G. Í.

Cordeiro, L. V. Baptista, & A. F. da Costa (Orgs.), Etnografias urbanas (pp. 3–32).

Celta.

Eriksen, T. H. (2016). Sobreaquecimento: pequenos lugares e grandes questões na

antropologia do século XXI. Etnográfica, 20(1), 197–208.

Grunvald, V., & Reis, F. (2021). Antropologia pública, engajada e/ou aplicada: dilemas

de atuação social para além da universidade. Iluminuras, 22(57), 5–18.

Jaeger, M., & Pasquini, M. (2025). A antropologia aplicada na Europa: uma visão geral

com uma perspectiva. Iluminuras, 26(71), 107–125.

Mintz, S. W. (2010). Cultura: Uma visão antropológica. Tempo, 14(28), 225–239.

Montoya Uriarte, U. (2012). O que é fazer etnografia para os antropólogos. Ponto

Urbe, 11, 1–12.

Informação a ter em conta: Toda a bibliografia (obrigatória e complementar) e recursos audiovisuais estarão disponíveis na sala de aula virtual da plataforma Moodle e indicados na PUC.

A aquisição de conhecimentos, competências, e o desenvolvimento de capacidade

análise crítica e reflexiva com vista à construção de soluções criativas para a

resolução de problemas complexos exigem uma compreensão da sociedade e dos

processos de mudança apoiada pela antropologia e os seus métodos.

O método de ensino aprendizagem centra-se no modelo pedagógico virtual da UAB

que incentiva e permite aos estudantes progredirem no seu estudo de forma

autónoma, responsável e de acordo com a gestão da vida pessoal recebendo

respostas a dúvidas e feedbacks do trabalho realizado ao longo do semestre. Apesar

do modelo ser assíncrono irá haver um ou mais momentos de contato síncrono com

os alunos para esclarecimento de dúvidas.

A metodologia de ensino específica desta unidade curricular parte da utilização de

recursos textuais e audiovisuais numa relação dialógica com a realidade dos

estudantes, promovida através dos fóruns mediados de acordo com o modelo

pedagógico virtual da Universidade Aberta.

A proposta de articulação da teoria e da prática antropológica, aplicada aos diversos

campos de estudo da antropologia, prevê que os estudantes consigam analisar

criticamente a sua realidade e o seu entorno social de forma fundamentada e

integrada com os conceitos debatidos na unidade curricular.

Na plataforma moodle serão disponibilizadas para além dos textos de leitura

obrigatória, e-atividades teóricas em formato vídeocast que irão sistematizar alguns

dos principais conceitos e questões abordadas nos textos. Haverá e-atividades

práticas que na UAB temos designado atividades formativas que constam de

exercícios feitos individualmente ou em grupo e que possibilitarão aos alunos

identificar dúvidas e dificuldades sobre cada tema antes dos momentos de avaliação.

As mensagens diretas com os professores, nos fóruns, ou por mail serão formas de

contato privilegiadas e procurar-se-á testar outras formas de dar feedback geral aos

alunos.

O regime de avaliação preferencial é o de avaliação contínua, constituída pela

realização de 2 e-folios (testes em formato digital com perguntas de escolha múltipla

e de desenvolvimento), ao longo do semestre letivo, e de um momento final de

avaliação e-fólio Global, a ter lugar no final do semestre, com peso de, respetivamente,

40% e 60% na classificação final. Os estudantes podem, no entanto, em devido tempo,

optar um único momento de avaliação, realizando, então uma prova de Avaliação Final

(exame) com o peso de 100%.

Os estudantes para obterem uma avaliação muito boa ou excelente deverão

demonstrar que acompanharam as leituras recomendadas ao longo do semestre e

que o fizeram de forma aprofundada, permitindo desenvolver uma reflexão crítica e

autónoma. A avaliação satisfatória corresponderá ao resultado dos instrumentos de

avaliação com menor desenvolvimento, com menor reflexão crítica e autónoma e que

não revelaram o domínio dos recursos partilhados e a não satisfatória corresponderá

ao não cumprimento e domínio satisfatórios dos objetivos e das competências

definidas.

A bibliografia fundamental deverá ser lida de forma aprofundada e as e-atividades

como os vídeocasts gravados e disponibilizados online e os outros recursos

audiovisuais disponíveis online deverão ser visualizados e analisados na preparação

para as atividades letivas, os e-fólios e os exames. As atividades formativas, que

constituem e-atividades práticas como os quizzes e respostas a perguntas de

desenvolvimento de forma colaborativa ajudarão na preparação para os instrumentos

de avaliação e a participação nos fóruns será incentivada ao longo do semestre,

procurando orientar os estudantes no processo de aprendizagem e responder a

dúvidas e ajudá-los a desenvolver as competências que se pretendem desenvolver

nesta UC.

Os estudantes em avaliação contínua terão a oportunidade num dos e-fólios de

contatar e experimentar uma das técnicas usadas pela antropologia, cruzando esse

exercício com a bibliografia obrigatória, permitindo aos estudantes em avaliação

contínua um contacto exploratório com o método etnográfico.

O regime de avaliação preferencial é o de avaliação contínua, constituída pela realização de 2 e-folios (trabalhos escritos em formato digital), ao longo do semestre letivo, e de um momento final de avaliação e-fólio Global (e-fólioG), a ter lugar no final do semestre, com peso de, respetivamente, 40% e 60% na classificação final. Os estudantes podem, no entanto, em devido tempo, optar um único momento de avaliação, realizando, então uma prova de Avaliação Final (exame) com o peso de 100%.