Seminário Temático – Os Cristãos Novos no Portugal Moderno
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No final do Quatrocentos, D. Manuel I determinou o “batismo forçado” de toda a população judaica residente no reino e tomou um conjunto de medidas com vista a consolidar legalmente a integração da ex-minoria judaica na maioria cristã. Os recém-convertidos passaram a designar-se cristãos novos. Tal como os seus antepassados, os cristãos novos continuaram a desempenhar um importante papel na sociedade portuguesa, mas, a partir de agora, franquearam-se-lhes as portas da nobreza e do clero. Ingressaram na universidade, formando-se em leis e medicina, e nas ordens militares. Como iriam os cristãos velhos reagir à presença dos neófitos no seu seio? A pressão por parte da sociedade portuguesa sobre os cristãos novos não parou de aumentar ao longo dos tempos, acusando-os de não terem abandonado a sua antiga fé e de os seus comportamentos fazerem perigar a unidade religiosa e social da monarquia portuguesa. Foi precisamente para procurar erradicar definitivamente este problema que D. João III solicitou a Roma o estabelecimento da Inquisição em Portugal. A partir desse momento, o quotidiano dos cristãos novos portugueses tornou-se particularmente difícil, pois eles eram o principal alvo da repressão inquisitorial, levando a que muitos abandonassem o reino, tornando-se protagonistas de um movimento de diáspora que ganhou no século XVI um renovado ímpeto e os espalhou pelos "quatro cantos do mundo".
Cristãos novos
Diáspora
Idade Moderna
Inquisição
- Capacidade de estabelecer o estado da arte sobre a temática em análise;
- Capacidade de produzir uma reflexão crítica sobre as questões abordadas, estabelecendo entre elas as devidas ligações;
- Capacidade de debater, avaliar e comparar os vários géneros de abordagens de caráter científico no que respeita a temática em debate;
- Capacidade de selecionar bibliografia e fontes adequadas aos diferentes géneros de trabalho a desenvolver no âmbito do Seminário.
ALMEIDA, A. A. Marques de dir. - Mercadores e Gente de Trato. Lisboa: Campo da Comunicação, 2009.
AZEVEDO, Carlos A. Moreira - Ministros do Diabo. Os seis sermões de autos da fé (1586-1595) de Afonso de Castelo Branco, bispo de Coimbra. Lisboa: Círculo de Leitores, 2018.
BARRETO, Luís Filipe [et al.] coord. - Inquisição Portuguesa. Tempo, Razão e Circunstância. Lisboa-São Paulo: Prefácio, 2007.
AZEVEDO, J. Lúcio de - História dos cristãos‐novos portugueses. 3ª ed. Lisboa: Liv. Clássica Editora, 1989.
MARCOCCI, Giuseppe; PAIVA, José Pedro - História da Inquisição Portuguesa (1536-1821). Lisboa: A Esfera dos Livros, 2013.
MUCZNIK, Lúcia Liba; TAVIM, José Alberto Rodrigues da Silva; MUCZNIK, Esther e MEA, Elvira de Azevedo coord. - Dicionário do judaísmo português. Lisboa: Editorial Presença, 2009.
PÉREZ, Joseph - Los Judíos en Espanã. Madrid: Marcial Pons, 2005.
PINTO, Maria do Carmo Teixeira - Os cristãos-novos de Elvas no Reinado de D. João IV: heróis ou anti-heróis? Lisboa: Universidade Aberta, 2003. Tese Doutoramento.
REMÉDIOS, J. Mendes dos - Os Judeus em Portugal. Coimbra, 1895. vol I (reimp. Lisboa, Liv. Alcalá, 2004).
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TAVIM, José Alberto - Judeus e cristãos-novos de Cochim. História e Memória (1500-1662). Braga: APPACDM Distrital de Braga, 2003.
VENTURA, Maria da Graça - Portugueses no Peru ao tempo da União Ibérica. Mobilidade, cumplicidades e vivências. Lisboa: IN-CM, 2005. 3 vols.
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A avaliação dos doutorandos é contínua, resultando da ponderação de todos os elementos de participação no seminário.