Esta unidade curricular tem como objectivos principais aprofundar a pesquisa e discussão teórico/metodológica, critica e prática, de questões da interculturalidade, saúde e comunicação em contextos migratórios e multi/interculturais. Visa a reflexão e problematização destas questões através de uma abordagem multidimensional, intercultural e multi/interdisciplinar, envolvendo conceitos fundamentais, aspectos epistemológicos, metodológicos e pesquisa empírica subjacentes à pluralidade de saberes, bem como à complexidade de processos, práticas, políticas e poderes que atravessam esta área. Pretende a compreensão e análise reflexiva das problemáticas de adaptação, comunicação, saúde e doença dos migrantes e minorias étnicas e das vulnerabilidades que os atingem. Objectiva analisar representações de saúde e doença evidenciando a complexidade entre estas representações, práticas sociais e análise crítica das políticas de saúde. O programa está organizado em dois eixos temáticos. O primeiro eixo temático visa fornecer elementos teórico-conceptuais e metodológicos para a compreensão de processos, dinâmicas e competências interculturais e comunicacionais em saúde, em particular em contextos migratórios e interculturais, proporcionar conhecimentos sobre os processos adaptativos e as problemáticas psicossociais, psicopatológicas, comunicacionais e de saúde em geral que se colocam em contexto intercultural aos migrantes e minorias étnico-culturais, bem como as dificuldades colocadas aos profissionais de saúde e nos cuidados de saúde, favorecer a análise, conhecimento e desenvolvimento de competências, estratégias e metodologias tendo em vista promover uma comunicação e intervenção em saúde culturalmente competentes e inovadoras e cuidados de saúde culturalmente adaptados e integrativos assim como a investigação neste âmbito. No segundo eixo temático os conteúdos programáticos problematizam as questões de saúde e migrações fornecendo elementos para o conhecimento de contextos, unidades de saúde e boas práticas neste domínio e para a compreensão dos determinantes em saúde e desigualdades e discriminação que atingem os imigrantes, do acesso e utilização dos serviços de saúde, bem como para análise crítica das políticas públicas da saúde.
Interculturalidade e comunicação
Competências interculturais
Saúde e doença
Migrações e refugiados
Pretende-se que, no final da Unidade Curricular, o estudante tenha adquirido as seguintes competências:
- Desenvolvimento de conhecimentos favoráveis à implementação de contextos, práticas e políticas promotoras não só de saúde, bem-estar, qualidade de vida e interculturalidade, como também, de comunicação culturalmente adaptada, de capacitação, cidadania e igualdade de oportunidades em saúde.
- Desenvolvimento de competências teórico-práticas e metodológicas aprofundadas para a análise e compreensão dos diferentes processos e dimensões da saúde nas suas diferentes vertentes, sobretudo em contextos interculturais e migratórios e promover a pesquisa nesta área.
- Capacidade para discutir e analisar de forma reflexiva e crítica as questões da saúde e doença nas suas várias dimensões, contextos, impactos e interfaces individuais, sociais, organizacionais, culturais, migratórias, comunicacionais e políticas.
- Capacidade para enquadrar as questões das migrações e relações interculturais, da saúde e da doença em contextos multi/interculturais, no âmbito dos debates académicos, relacionados com o saber e o saber-fazer, com desigualdades, estratégias e poderes.
- Competências para o aprofundamento da investigação e para uma intervenção mais integrativa e inovadora nesta área, mas também para a reflexão sobre os desafios que se colocam na promoção da saúde, do bem-estar psíquico, físico e social e de uma cidadania activa, enquanto membros de uma sociedade caracterizada por crescente multiculturalidade, conflitualidade, heterogeneidade e complexidade.
Eixo I – Interculturalidades, Saúde e Comunicação em contextos interculturais e migratórios - Teoria, Método, Pesquisa e Prática
1. Interculturalidade, Saúde, Comunicação e Competências
2. Clínica e Psicopatologia Intercultural
3. Metodologias de Investigação em interculturalidade, comunicação e saúde
Eixo II – Migrações e Saúde – Contextos, problemáticas, boas práticas e políticas
1. Saúde e migrações
2. O estado de saúde dos imigrantes
3. Políticas Públicas e Saúde dos Migrantes
Bäckström, B. (2011). Accés des immigrants aux services de santé – une étude de cas à Lisbonne. Migrations santé, Paris, nº 142-143. https://pmb.cultures-sante.be/cdoc/opac_css/index.php?lvl=notice_display&id=7154
Bäckström, B. (2010). O acesso à saúde e os fatores de vulnerabilidade na população imigrante. Alicerces, Revista de investigação, ciência e tecnologia e artes, Edição Instituto Politécnico de Lisboa, ano III, nº 3, abril de 2010, pp. 79-90. https://www.academia.edu/47285026/ALICERCES_O_Acesso_%C3%A0_Sa%C3%BAde_e_os_Factores_de_Vulnerabilidade_na_Popula%C3%A7%C3%A3o_Imigrante_B%C3%A1rbara_B%C3%A4ckstr%C3%B6m
Bäckström, B., Carvalho, A.; Inglês U. (2009). A nova imigração e os problemas de saúde em Portugal - O Gabinete de Saúde do Cnai enquanto um observatório para o estudo da saúde dos migrantes em Portugal. Revista Migrações, nº 4, abril de 2009, Observatório da Imigração. https://www.om.acm.gov.pt/documents/58428/183863/Migr4_Art7.pdf/0a199173-19ac-4db6-9255-1b4620bc062e
Bäckström, B. (2009). Saúde e Imigrantes: as Representações e as práticas sobre a Saúde e a Doença na Comunidade cabo-verdiana em Lisboa. Observatório da Imigração: Coleção Teses, nº 24, Lisboa. https://www.om.acm.gov.pt/documents/58428/179891/Tese24/035d55cd-8df7-4b4f-8a45-c2d5fc8bbc2e
Franken, I., Coutinho, M. P., Ramos, N. (2012). Representações sociais, saúde mental e migração Internacional. Revista Psicologia: Ciência e Profissão. (32,1): 202-219.
Ramos, M.N. (2020). Desafios globais contemporaneos da comunicação e da saúde das populações migrantes e refugiados. Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, ALAIC, São Paulo, v. 19, n. 35, p.38-49. Nº temático: Comunicação e Saúde frente aos Desafios Planetários. http://hdl.handle.net/10400.2/10554.
Ramos, N. (2017). Comunicação em saúde, interculturalidade e competências: desafios para melhor comunicar e intervir na diversidade cultural em saúde. In Rangel, M. L.; Ramos, N. (org.). Comunicação e saúde. Perspectivas contemporâneas. Salvador: EDUFBA, p. 149-172. http://hdl.handle.net/10400.2/7872
Ramos, N. (2016). Mães e famílias entre culturas: saúde, desenvolvimento e cuidados interculturais. In Rocha, M.; Ramos, N.; Santos, S.; Costa, M. D. (org.). Seguridade social, interculturalidades e Desigualdades na contemporaneidade. Natal: EDUFRN, p. 229-269. https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/6381
Ramos, N. (2012). Comunicação em Saúde e Interculturalidade – Perspectivas Teóricas, Metodológicas e Práticas. RECIIS – Revista Eletrónica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde. Rio de Janeiro, (6), 4.
Ramos, N. (2009) Saúde, Migração e Direitos Humanos. Mudanças – Psicologia da Saúde. S. Paulo, 17 (1), Jan-Jun, 2009: 1-11.
E-learning
Modelo pedagógico da UAb para o 3º ciclo
Competências básicas de leitura em português e inglês são requeridas