História e Lugares de Memória
Código: 32108
Departamento: DH
ECTS: 8
Área científica: História (História Moderna)
Total de horas trabalho: 208
Total de horas de contacto: 32

Ao longo da sua história o território português constituiu local de passagem ou de fixação de vários povos, muitos dos quais nos deixaram importantes testemunhos da sua presença, como é o caso dos judeus. Foi a partir da Idade Média que a presença da população judia, entre nós, ganhou contornos de uma maior visibilidade e relevância. Os judeus portugueses, usufruindo de um clima de tolerância geral, face a eles, que contrastava com a difícil situação que os seus correligionários viviam nos outros reinos vizinhos peninsulares, encontraram no reino português condições para prosperar. No entanto, no final do Quatrocentos, no reinado de D. Manuel este quadro sofreu profundas alterações, quando o monarca determinou o batismo forçado de toda a população judaica residente no reino, recebendo os recém-convertidos a designação de cristãos-novos. A pressão, por parte dos poderes instituídos - Igreja e monarquia - sobre estes novos elementos da sociedade portuguesa não parou de aumentar ao longo dos séculos subsequentes, pois os cristãos-novos eram acusados que não terem abandonado a sua antiga fé e de os seus comportamentos fazerem perigar a unidade religiosa e social da monarquia portuguesa. Foi precisamente para erradicar definitivamente este problema que D. João III solicitou a Roma o estabelecimento da Inquisição em Portugal, o que suscitou várias reações por parte dos cristãos-novos portugueses. Dentro ou fora do espaço do reino português, os judeus/cristãos-novos foram parte importante de uma História que é a nossa e que ajudaram a construir.

Judeus/Cristãos-novos

Identidade

Inquisição

Diáspora

Pretende-se que os mestrandos adquiram/desenvolvam a capacidade de: refletir criticamente sobre o significado da presença cristã-nova na sociedade Moderna, dentro do reino português e fora dele, assim como sobre as relações entre os cristãos novos e o poder régio e religioso, nos séculos XVI-XVII; realizar trabalho de pesquisa de forma crítica e autónoma sobre as problemáticas abordadas na unidade curricular; discutir e produzir trabalho científico em ambiente colaborativo.

1.A presença judaica no território português no período medieval.

2.O Portugal Moderno e a sua relação com os cristãos-novos.

3. A diáspora cristã-nova na época Moderna.

BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL

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FEITLER, Bruno Feitler - Inquisition, juifs et nouveaux-chrétiens au Brésil. Le Nordeste XVIIeet XVIIIesiècles. Belgium: Leuven University Press, 2003.

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

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FRADE, Florbela Veiga – As comunidades sefarditas e a nação portuguesa de Antuérpia (séculos XVI-XVIII). Lisboa: Edições Colibri, 2021.

KAPLAN, Yosef - Les nouveaux-juifs d'Amesterdam. Essais sur l'histoire sociale et intellectuelle du judaísme séfarade au XVIIe siècle. Paris: Chandeigne, 1999.

MARCOCCI, Giuseppe; PAIVA, José Pedro -História da Inquisição Portuguesa (1536-1821). Lisboa: A Esfera dos Livros, 2013.

MUCZNIK, Lúcia Liba [et al.] - Dicionário do Judaísmo Português. Lisboa: Editorial Presença, 2009.

PINTO, Maria do Carmo Teixeira - Os cristãos-novos de Elvas no Reinado de D. João IV: heróis ou anti-heróis? Lisboa: Universidade Aberta. Tese de Doutoramento em História.

TAVIM, José Alberto Rodrigues da Silva -Judeus e Cristãos-novos de Cochim. História e Memória (1500-1662). Braga: Edições APPACDM Distrital de Braga, 2003.

TRIVELLATTO, Francesca - Familiaridades entre estranho. A diáspora sefardita, Livorno e o comércio transcultural na Idade Moderna. Lisboa: Edições 70, 2020.

WATCHEL, Nathan - La foi du souvenir. Labyrinthes Marranes. France: Édtions du Seuil, 2001.

E-learning

A avaliação tem caráter individual e implica a coexistência de duas modalidades: avaliação contínua (60%) e avaliação final (40%). Essa avaliação será desenvolvida na aplicação de formas diversificadas, definidas no Contrato de Aprendizagem da unidade curricular.

Recomenda-se que os estudantes possuam conhecimentos de língua espanhola e francesa, ao nível da leitura.