Literatura e Cultura Portuguesas – Época Moderna
Código: 51145
Departamento: DH
ECTS: 6
Área científica: Literatura e Cultura
Total de horas trabalho: 156
Total de horas de contacto: 15

A unidade curricular Literatura e Cultura Portuguesas - Época Moderna ocupa-se de representações literárias, artísticas e culturais de algumas das figuras (históricas ou nem tanto) que têm ocupado lugar privilegiado no que poderá designar-se por \"imaginário nacional\": D. Pedro e Inês de Castro; Brites de Almeida, a padeira de Aljubarrota; D. João II; Mariana Alcoforado e as \"Cartas Portuguesas\". Em qualquer dos casos, a chamada Época Moderna (séculos XV/XVI-XVIII) desempenhou um papel importante na recriação literária e artístico-cultural destas figuras. A unidade curricular não se concentrará somente, contudo, em textos e artefactos culturais dessa época. Pretende-se uma revisitação crítica das diversas imagens, recriações e apropriações que dessas figuras foram sendo feitas ao longo do tempo. 

Literatura e identidade(s)

Literatura e outras artes

D. Pedro e D. Inês de Castro

Brites de Almeida

D. João II

“Cartas Portuguesas”

No decurso desta Unidade Curricular, espera-se que o/a estudante vá adquirido as seguintes competências principais:

- Apreender aspetos relevantes do processo de construção imagética de personagens históricas (ou como tal consideradas em algum momento) portuguesas e o papel aí desempenhado pela produção literária;

- Problematizar as complexas relações entre o real, o verosímil e o ficcional;  

- Problematizar o conceito de «identidade nacional», quer diacrónica, quer sincronicamente;  

- Ver na produção literária, artística e cultural da Época Moderna o modelo, o subtexto ou o ponto de partida, direta ou indiretamente, de produções artísticas e culturais posteriores.

 

 

Os quatro módulos que constituem esta UC seguem um esquema-tipo. O/a estudante começa por ser confrontado com o título de cada um dos módulos e com as suas expectativas/conhecimentos. Parte-se do princípio de que os estudantes conhecem, pelo menos, os nomes das figuras históricas (ou nem tanto...) cujas representações estruturam a unidade curricular e associam-nas a alguns acontecimentos ou caraterísticas. O percurso indicado pretende que, começando daí, o/a estudante seja conduzido à consciencialização da variabilidade e historicização das imagens associadas a essas figuras, e ao papel desempenhado nesse processo pela Literatura e outras expressões culturais. Através dos materiais disponibilizados, do percurso indicado e das atividades formativas, os olhares dos estudantes serão direcionados para essa consciencialização.

Espera-se do estudante um percurso duplo.

Por um lado, os estudantes deverão ler os textos ou excertos indicados, atentando também na bibliografia assinalada pelo docente. Serão especialmente indicadas, para cada caso, um conjunto de caraterísticas ou episódios específicos, que vão sofrendo alterações ao longo dos textos e do tempo, devendo os estudantes apreender essas mudanças e correlacioná-las com o tipo de texto ou os agentes responsáveis pela sua produção e respetivo contexto. Através deste percurso, os estudantes deverão também atentar nos modos como os textos e outra produção cultural vão dialogando uns com os outros, implícita ou explicitamente. Em cada módulo os estudantes são confrontados com recriações literárias ou artísticas das mesmas figuras históricas em diferentes épocas. Serão, propositadamente, escolhidos textos e objetos artístico-culturais cuja relação com as matérias estudadas apresentem diferentes cambiantes, alguns com elementos imediatamente reconhecíveis, outros menos.

Por outro lado, espera-se que os exemplos apresentados sirvam como ponto de partida para buscas por parte do estudante: que outros textos ou produções artístico-culturais se ocuparam das figuras objeto de estudo? Visa-se também, através deste percurso, estimular futuras indagações ou aprofundamentos por parte do estudante.

Mais do que a apreensão de conteúdos, espera-se do estudante que vá adquirindo e/ou consolidando um olhar criticamente orientado para a (re)elaboração de imagens das figuras históricas (ou nem tanto) objeto de estudo.

 

Os módulos que constituem esta UC são os seguintes: 

1)      D. Pedro e D. Inês de Castro

2)      Brites de Almeida, a padeira de Aljubarrota

3)      D. João II, o Príncipe… Perfeito?

4)      Mariana Alcoforado e as “Cartas Portuguesas”

Nota: Tendo em conta as caraterísticas do programa, o docente fornecerá, no espaço de aula virtual, textos e outra bibliografia de leitura obrigatória, esperando que o aluno faça um percurso de procura ativa por outros textos e objetos artísticos relacionados com as temáticas em estudo.

Entre a bibliografia principal estão os seguintes títulos:

Textos:

- Garcia de Resende, “Trovas à morte de Inês de Castro” (várias edições)

- Garcia de Resende, “Vida e feitos de D. João II”, ed. Evelina Verdelho (disponível em linha).

- “Episódios do reinado de D. João II num manuscrito do Palácio da Ajuda”, Revista Fragmenta Historica, num. 3. 2015 [Disponível em linha]

- Herberto Helder, «Teorema» in Os Passos em volta (várias edições).

- João Miguel Fernandes Jorge, Crónica [Versão refundida e aumentada de Da Crónica do Rei Pedro. Alguns Primeiros Capítulos], várias edições.

- Lettres Portugaises. Várias traduções para português. Aconselha-se a seguinte: Cartas Portuguesas de Mariana Alcoforado. Nova tradução e estudo histórico por José António Falcão. Lisboa: ePrimatur, 2023.

- Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, Novas Cartas Portuguesas (várias edições).

- Adília Lopes, O Marquês de Chamilly. Lisboa: Hiena, 1987

- Nuno Júdice, «Três variações para cravo e Mariana” in A Àrvore dos milagres e outros textos. Lisboa: Quetzal: 2000.

Estudos:

- M. L. M. Sousa, Inês de Castro na Literatura Portuguesa, Col. “Biblioteca Breve”, Lisboa: ICALP, 1984.

- A. C. C. Gil, A Identidade Nacional na Literatura Portuguesa. De Fernão Lopes ao fim do século XIX. CHAM: Ponta Delgada, 2015.

- C. Pimenta, A Padeira de Aljubarrota: entre ontem e hoje, Fundação Batalha de Aljubarrota, 2007.

- M. S. Cunha, “D. João II e a construção do estado moderno. Mitos e perspetivas historiográficas”, in Arqueologia do Estado, Iªs Jornadas sobre Formas de Organização e Exercício dos Poderes na Europa do Sul, Séculos XIII-XVIII, vol. II, Lisboa, História & Crítica, 1988, pp. 649-667.

- M. Paradinha, As cartas de Soror Mariana Alcoforado. Manipulação e identidade Nacional. Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2006.




O regime de avaliação preferencial é o de avaliação contínua, constituída pela realização de 2 e-folios (trabalhos escritos em formato digital), ao longo do semestre letivo, e de um momento final de avaliação e-fólio Global (e-fólioG – realizado na plataforma WISEFLOW), a ter lugar no final do semestre, com peso de, respetivamente, 40% e 60% na classificação final. Os estudantes podem, no entanto, em devido tempo, optar um único momento de avaliação, realizando, então uma prova de Avaliação Final (exame – na plataforma WISEFLOW) com o peso de 100%.

Tendo em conta que esta unidade curricular pretende abordar autores e textos considerados emblemáticos no âmbito da Literatura e da Cultura Portuguesas, alertam-se os estudantes para a importância da disponibilidade e da apetência para a leitura integral da bibliografia disponibilizada pelo docente, bem como para a pertinência de realizarem o percurso de pesquisa proposto pelo docente.